sexta-feira, 9 de abril de 2010

JOSÉ BENTO MONTEIRO LOBATO

Literato e jornalista, José Bento Monteiro Lobato nasceu em Taubaté, São Paulo, a 18 de abril de 1882. Descendente de antigos fazendeiros de café do vale do Paraíba, cresceu junto à zona rural, interessando-se pelo homem e pelos problemas do campo. Essa vivência marcou a obra literária de Monteiro Lobato, que se afirmou como autor regionalista. Por isso, criticou a Semana de Arte Moderna de 1922 como "estrangeirismo". Ao revelar as duras condições de vida do interior brasileiro, Monteiro Lobato seguiu os passos de Euclides da Cunha. Esses dois autores se distanciaram do padrão literário das duas primeiras décadas do século XX, caracterizado pela influência francesa e pela temática urbana. As principais obras de Monteiro Lobato pertencem à fase regionalista: ‘Urupês’ (1918), livro de estréia; ‘Cidades Mortas’, ‘Idéias de Jeca Tatu’ (ambos de 1919) e ‘Negrinha’ (1920). O personagem Jeca Tatu tornou-se símbolo do caipira brasileiro, vítima da pobreza e do desamparo. No entanto, Monteiro Lobato adquiriu fama principalmente pela literatura infantil, gênero em que foi pioneiro no país. Personagens como o Visconde de Sabugosa, Tia Nastácia e Emília influenciaram mais de uma geração de brasileiros. Esses e outros personagens do Sítio do Pica-pau Amarelo representam satiricamente a sociedade patriarcal do interior, assim como o passado imperial. A partir dos anos 20, o escritor dedicou-se principalmente a esse tipo de literatura.
A vida de Monteiro Lobato foi também marcada por iniciativas editoriais e políticas. Em 1918, fundou a primeira editora brasileira a atingir o grande público. A editora Monteiro Lobato faliu em 1925, sendo substituída pela Companhia Editora Nacional. Em 1943, fundou a Editora Brasiliense. Quanto à vida política, após um período em Nova Iorque como adido comercial do Brasil de 1927 a 1929, retornou ao país consciente dos problemas do subdesenvolvimento econômico. Daí empenhou-se em campanhas pela exploração nacional do ferro e do petróleo, dedicando ao último a obra ‘O Escândalo do Petróleo’ (1936). Os esforços de Monteiro Lobato foram levados em conta durante o governo de Eurico Gaspar Dutra e, principalmente, durante o segundo governo de Getúlio Vargas, quando a Petrobrás foi criada. Monteiro Lobato faleceu na cidade de São Paulo a 5 de julho de 1948.

obras
O saci-pererê (1918)
Urupês (1918)
Problema Vital (1918)
Cidades Mortas (1919)
Idéias de Jeca Tatu (1919)
Negrinha (1920)
A Onda Verde (1921)
Mundo da Lua (1923)
O Presidente Negro (1926)
How Henry Ford is Regarded in Brazil (1926)
Mr. Slang e o Brazil (1927)
Ferro (1931)
América (1932)
Na Antevéspera (1933)
O escândalo do Petróleo (1936)
A barca de Gleyre, 2 Vol. (1944)
Prefácios e entrevistas (1946)
Zé Brasil (1947)
La nueva Argentina (1947)

Infantis:
O saci (1921)
A aventura de Hans Staden (1927)
Peter Pan (1930)
Reinações de Narizinho (1931)
Viagem Ao Céu (1932)
Caçadas de Pedrinho (1933)
História do mundo para crianças (1933)
Emília no país da gramática (1934)
Aritmética de Emília (1935)
Geografia de Dona Benta (1935)
História das invenções (1935)
Memórias de Emília ( 1936)
D. Quixote das crianças (1936)
Serões de Dona Benta (1937)
O poço do visconde (1937)
Histórias de tia Nastácia (1937)
O pica-pau amarelo (1939)
O minotauro (1939)
Reforma da natureza (1941)
A chave do tamanho (1942)
Fábulas e Histórias Diversas
Os doze trabalhos de Hércules, 2 vol. (1944)